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O Prémio Saliou Traoré de jornalismo em espanhol sobre África nasce como homenagem a título póstumo ao veterano correspondente da Agência EFE. O principal objetivo é reconhecer o trabalho dos profissionais de jornalismo que informam sobre África em espanhol e estimular a publicação de temas sobre o continente africano em língua espanhola.
Pretende-se com isto atenuar o facto de ainda predominarem as informações negativas sobre o continente, que contribuem para consolidar o estereótipo dos países africanos como espaços problemáticos e conflituosos.
Por isso, serão avaliadas para este prémio as apostas informativas que procuram afastar-se deste estereótipo.
Ao prémio, no valor de 5000 euros, poderão concorrer jornalistas que tenham publicado trabalhos sobre o continente africano ou de temática africana em idioma espanhol.
Na primeira edição é convocada uma única categoria para o âmbito escrito, aberta a todo o tipo de formatos: opinião, informação, crónica, investigação, reportagem, série de reportagens, dossiês especiais e publicados em meios impressos ou digitais. Além disso, todos os trabalhos que se candidatem ao prémio terão de ter sido difundidos entre 1 de janeiro e 31 de dezembro de 2018.
Saliou Traoré foi um jornalista senegalês que trabalhou durante 37 anos para a Agência Efe. Teve a coragem de revindicar na Gâmbia o livre exercício do jornalismo, amordaçado durante 23 anos pela ditadura de Yahya Jammeh. A sua grande capacidade de autocrítica levou-o a questionar assuntos como se a luta anticorrupção do governo senegalês de Macky Sallera era justiça ou uma caça às bruxas. A honestidade é outra das características de Traoré, que o ajudou a não olhar para o lado e a falar abertamente sobre o problema da mendicidade infantil imposta por algumas escolas corânicas. E o seu lado feminista levou-o a defender a liberdade das mulheres para decidirem se querem ou não resignar-se à poligamia.
A partir de sua casa no bairro Hlm Grand Yoff de Dakar, onde ao fundo do pático ficava a sede da Agência Efe, Traoré deu aulas de jornalismo e de vida sem ser essa a sua intenção. Foi o porta-voz de alguns grupos que não têm voz no seu país, como os homossexuais, as ativistas contra o matrimónio infantil ou contra a mutilação genital feminina. Não se esqueceu de contar histórias de África pela positiva, que são as que este prémio pretende incentivar.
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Este prémio é organizado de forma conjunta pela Agência Efe e a Casa África