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“Antes de mais, precisamos de uma nova linguagem para falar um do outro. Precisamos de desfazer-nos de muitas palavras e redefinir e reinventar outras, como mito ou realidade. O futuro de África não será um diálogo entre tradição e modernidade: será um diálogo com termos completamente novos”. Esta foi uma das reflexões do romancista e poeta nigeriano Bem Okri ontem, na conferência que encerrava o ciclo Sueños Traicionados, co-organizado pelo Centro de Cultura Contemporânea de Barcelona e a Casa África.
Okri concluiu esta experiência, pela qual passaram autores como Donato Ndongo ou intelectuais como Simon Njami, com uma leitura poética e ficcional dos seus textos e uma conversa com a audiência. As independências de 1960 serviam de pretexto para um diálogo, transmitido em directo pela CCCB e Casa África através das suas respectivas páginas web, e que Okri definiu como “um baile pela história africana desde o passado até ao presente”.
Ben Okri defendeu que a melhor educação é a viagem ou, à falta dela, a cultura, e convidou o público da sua conferência a visitar os países africanos e conhecer o que neles se escreve, canta ou filma. Okri mostrou-me moderadamente optimista sobre o futuro do continente, quando se livrar de uma geração de políticos, entre os quais incluiu Mugabe e mais alguns.
O escritor nigeriano, que reside em Londres há anos, concluiu a sua conferência afirmando que os continentes são metáforas e todos temos uma África dentro de nós, que devemos redescobrir e fitar com amor para a curar.