#África es noticia. Microfones da Paz. Conversas com Caddy Adzuba

Caddy Adzuba venceu o Prémio Príncipe das Astúrias da Concórdia em 2014 e já recebeu o Prémio Internacional de Jornalismo Julio Anguita Parrado em 2009. Jornalista e ativista na República Democrática do Congo, realiza um trabalho arriscado e profundamente comprometido com os valores da paz e a defesa dos direitos humanos.

Depois de muitos esforços, a Casa África conseguiu que Caddy visitasse a sua sede para realizar uma conferência em formato de entrevista com Elisa García Mingo, autora da publicação que a Casa África editou dentro da sua Coleção de Ensaios com o mesmo título desta conferência. No livro, ambas as mulheres debatem a forma como os meios de comunicação devem servir para modificar políticas públicas e alertar para causas sociais esquecidas. Na República Democrática do Congo, a sociedade civil utiliza os meios de comunicação como ferramenta para a promoção das culturas de paz. As mulheres jornalistas do AFEM-SK aproveitaram o seu conhecimento da rádio, do vídeo e da imprensa para reivindicar o fim da violência contra a sociedade e romper com o regime de impunidade que continua a perpetrar crimes sexuais contra mulheres e meninas.

Caddy nasceu em Bukavu, República Democrática do Congo, em 1981. É licenciada em Direito pela Universidade Oficial de Bukavu e membro fundadora da rede Um Altifalante para o Silêncio. É jornalista na Radio Okapi, emissora da Missão das Nações Unidas na República Democrática do Congo -MONUC-, que emite em todo o território deste país.

Adzuba é membro da Associação de Mulheres de Meios de Comunicação do Este do Congo, graças à qual se realizaram diferentes alegações ao Tribunal de justiça Internacional e ao Senado dos Estados Unidos, denunciando a violência sexual de que sofrem as mulheres da República Democrática do Congo, um país que vive em guerra desde 1996 e no qual se soma uma média de quarenta violações diárias a mulheres desde o início do conflito.

No percurso profissional de Caddy Adzuba destaca-se o seu compromisso na defesa dos direitos humanos e na construção da paz, a partir do seu trabalho como jornalista num dos conflitos mais atrozes do mundo, e a sua denúncia da violência que se exerce contra as mulheres, do aproveitamento de meninas e meninos como soldados e da defesa da liberdade de expressão.

Em 2014, Caddy Adzuba recebe o Prémio Príncipe das Astúrias da Concórdia, reconhecendo assim a sua luta pela liberdade de imprensa, pela reconstrução da paz e pelos direitos humanos, especialmente os das crianças e das mulheres em zonas de conflito. A sua denúncia, através do jornalismo, das torturas e violações de que são vítimas as mulheres e as meninas congolesas e o seu trabalho pela reinserção destas mulheres numa sociedade em que são, na verdade, repudiadas.

Agora, temos a oportunidade de conhecer melhor esta lutadora corajosa, incansável e exemplar, ouvindo na primeira pessoa o que a faz lutar todos os dias por aquilo que acredita ser justo, apesar do enorme sacrifício pessoal envolvido.

A atividade faz parte do programa #ÁfricaEsNoticia, um programa específico da Casa África que visa contribuir para o debate e reflexão sobre os temas mais quentes da atualidade africana. É um ciclo de conferências sobre a atualidade africana a cargo de especialistas espanhóis e africanos que nos convida a debater, pensar e aproximar-nos ainda mais de África. O título remete também para a secção da página web da Casa África que é atualizada diariamente com as principais notícias sobre o continente vizinho.

O encontro realiza-se na sexta-feira, 16 de julho às 19:00 horas no Auditório da Casa África (C/. Alfonso XIII, 5. Las Palmas de Gran Canaria).

Para mais informações sobre Caddy Adzuba:

• Palestra no dia 23 de maio de 2013 na Fundação Carlos de Amberes em Madrid

• Página web do Sindicato de Jornalistas da Andaluzia

• Entrevista à jornalista durante as atividades em torno do Dia de África 2013, na Fundação Carlos de Amberes de Madrid
• Artigo no Elmundo.es
• Entrevista no Elpais.com
• Evento relacionado
• Um silêncio clamoroso: os conflitos na Região dos Grandes Lagos Africanos